No deserto No deserto Vi uma criatura, despida, bestial, Que, aninhada sobre o solo, Segurava nas mãos o seu coração E dele comia. Eu disse: “É bom, amigo?” “É amargo — amargo,” ele respondeu; “Mas eu gosto Porque é amargo, E porque é o meu coração.” * Eu vi um homem perseguindo o horizonte Eu vi um homem perseguindo o horizonte; Às voltas corriam e corriam. Isto perturbou-me; Eu aproximei-me do homem. “É inútil,” disse-lhe, “Nunca poderás —" “Mentes,” gritou ele, E continuou a correr.