I Erguemos as mãos A rua sobe até ao céu Baixamos os olhos Os telhados pendem para o a terra De cada dor Que não mencionamos Um castanheiro cresce E misterioso permanece por trás de nós De cada esperança Que nutrimos Uma estrela levanta-se E move-se inatingível à nossa frente Ouves o tiro Que voa entre as nossas cabeças Ouves o tiro Que guarda o nosso beijo (a partir da versão inglesa de Anne Pennington, Selected Poems, Penguin)
Categoria: Vasko Popa
“Uma cabeça desabrigada”, de Vasko Popa (1922 – 1991), trad. Bruno M. Silva
Uma cabeça decepada Uma cabeça com uma flor entre os dentes Errante circunda a terra O sol encontra-a Faz-lhe uma vénia E segue o seu caminho A lua encontra-a A ela sorri E não pára de seguir o seu caminho Por que rosna ela à terra Não poderia voltar Ou partir para sempre Os seus floridos lábios saberão (a partir da versão inglesa de Anne Pennington, Selected Poems, Penguin)