Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá, As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Bruno M. Silva nasceu em 1990, em Valongo. Publicou, em 2020, o livro de poesia A Cabeça em Tróia, pela editora Enfermaria 6. Juntamente com Andreia C. Faria traduziu a obra Este Grande Não-Saber. Últimos Poemas, de Denise Levertov, editado pela livraria Flâneur. Tem poemas publicados em várias revistas portuguesas e brasileiras. Foi também traduzido e publicado no México. Venceu a 17ª edição do concurso Aveiro Jovem Criador com o conto “O que são os mortos?” e a 18ª edição com o poema “Os dias pelos astros”. Foi um dos fundadores da revista literária A Bacana, e é também o fundador do projeto de divulgação de poesia Manual de Prestidigitação.
Ver todos os artigos por Bruno M. Silva