O que aconteceu foi que nos tornámos solitários vivendo entre as coisas, então demos um rosto aos relógios, costas às cadeiras, à mesa quatro pernas robustas para que nunca se fatigasse. Calçámos os sapatos com línguas macias como as nossas e pendurámos badalos dentro dos sinos para que pudéssemos ouvir a sua linguagem emotiva, e como amávamos perfis graciosos a jarra recebeu um lábio, a garrafa um longo, ténue pescoço. Mesmo o que estava para além de nós acabámos por forjar à nossa imagem; demos um coração ao país, um olho à tempestade, uma boca à caverna para que pudéssemos passar em segurança.